O suporte emocional da família é sempre muito importante para o paciente que opta pela gastroplastia. Ressalto que é importante que não só o paciente esteja inserido na trajetória de esclarecimentos e compreensão, mas também que seus familiares estejam envolvidos nesse processo. Ainda que eles não concordem a princípio com a iniciativa, o apoio gera confiança e segurança. O paciente também pode contar com o suporte de pessoas próximas, com quem estabelece vínculo afetivo, e que serão presença importante nos períodos pré e pós-operatório.

Todo esse amparo é necessário, pois a cirurgia traz uma mudança drástica de peso, na percepção da imagem corporal, nas relações afetivas, nas referências e hábitos de vida. Isso faz com que o paciente crie novos conceitos sobre si e sobre o mundo que o cerca, e em geral isso traz projeções construtivas e melhora a autoestima. Entretanto é preciso ficar atento aos excessos que podem surgir. O entusiasmo descontrolado é sinal de alerta.

A perda de peso e o “esvaziamento” do corpo em geral ocorrem rapidamente, num ritmo diferente do que o psiquismo consegue processar. O tempo do corpo nem sempre está ajustado ao tempo da mente. Assim como o paciente frequentemente não percebe o ganho de peso, a percepção da nova imagem corporal pode não se dar imediatamente.

É importante estar atento a algumas sensações como medo, insegurança, isolamento, tristeza imotivada, oscilação de humor, desejo incontrolável de comer ainda que sem fome, e comportamentos aparentemente inofensivos de compulsividade, seja por comida ou outros focos.
É imprescindível o acompanhamento psicológico e multidisciplinar pós-operatório,pois o profissional poderá identificar sinais que o paciente não tenha percebido e conduzir o tratamento da maneira adequada.

Por: Renata Corrêa Carvalho